segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Decidido e o Indiferente


Deixo livre bonito
Bom lembrar o bom senso,
Além, aqui, lá,
Idiota ou inútil,
No lago inteiro a dor é de honra.

Vejo o erro do preço,
Trabalho, medo, mas ele ajuda
A sua distância é minha alegria.

E se o caos fosse muita indiferença
A lei seria paralítica,
O jovem alheio, de rápido sim sobre o que não pediu,
Ele não é tudo, nem tem tudo, mas pode?

Sinto por saber
Como próprio quero fazer não posso se perder.
Eu digo o importante.
Eu gosto é de lembrar.

Sei que esse som,
Tanto e mesmo,
Quando não tem vaidade
Ele chega à hora de dois.

Ora, nesse caminho
Eu tenho o que resta.
Eu tenho o sorrir.
Porque às vezes venço o leviano
Quando ele aceita,
Quando sinto...


Isaac Medeiros.
Poema extraído do blog intellegere-verbatim.blogspot.com

NINGUÉM MAIS NAMORA AS DEUSAS... MULHERES!



Outro dia, a Adriane Galisteu deu uma entrevista dizendo que os homens não querem namorar as mulheres que são símbolos sexuais. É isto mesmo.
Quem ousa namorar a Mulher Morango, Valesca Popozuda, Melancia?
As mulheres não são mais para amar; nem para casar. São para "ver".
Que nos prometem elas, com suas formas perfeitas por anabolizantes e silicones?
Prometem-nos um prazer impossível, um orgasmo metafísico, para o qual os homens não estão preparados...
As mulheres dançam frenéticas na TV, com bundas cada vez mais malhadas, com seios imensos, girando em cima de garrafas, enquanto os pênis-espectadores se sentem apavorados e murchos diante de tanta gostosura.
Os machos estão com medo das "mulheres-liquidificador".
O modelo da mulher de hoje, que nossas filhas ou irmãs almejam ser (meu Deus!), é a prostituta transcendental, a mulher-robô, a "Valentina", a "Barbarela", a máquina-de-prazer sem alma, turbinas de amor com um hiperatômico tesão.
Que parceiros estão sendo criados para estas pós-mulheres? Não os há.
Os "malhados", os "turbinados" geralmente são bofes-gay, filhos do mesmo narcisismo de mercado que as criou.
Ou, então, reprodutores como o Zafir, para o Robô-Xuxa.
A atual "revolução da vulgaridade", regada a pagode, parece "libertar" as mulheres.
Ilusão à toa.
A "libertação da mulher" numa sociedade escravista como a nossa deu nisso: Superobjetos. Se achando livres, mas aprisionadas numa exterioridade corporal que apenas esconde pobres meninas famintas de amor, carinho e dinheiro.
São escravas aparentemente alforriadas numa grande senzala sem grades.
Mas, diante delas, o homem normal tem medo.
Elas são "areia demais para qualquer caminhãozinho".
Por outro lado, o sistema que as criou enfraquece os homens.
Eles vivem nervosos e fragilizados com seus pintinhos trêmulos, decadentes, a meia-bomba, ejaculando precocemente, puxando sacos, lambendo botas, engolindo sapos, sem o antigo charme "jamesbondiano" dos anos 60.
Não há mais o grande "conquistador".
Temos apenas os "fazendeiros de bundas" como o Huck, enquanto a maioria virou uma multidão de voyeur, babando por deusas impossíveis.
Ah, que saudades dos tempos das bundinhas e peitinhos "normais" e "disponíveis"...
Pois bem, com certeza a televisão tem criado "sonhos de consumo" descritos tão bem pela língua ferrenha do Jabor (eu).
Mas ainda existem mulheres de verdade.
Mulheres que sabem se valorizar e valorizar o que tem "dentro de casa", o seu trabalho.
E, acima de tudo, mulheres com quem se possa discutir um gosto pela música, pela cultura, pela família, sem medo de parecer um "chato" ou um "cara metido a intelectual".
Mulheres que sabem valorizar uma simples atitude, rara nos homens de hoje, como abrir a porta do carro para elas.
Mulheres que adoram receber cartas, bilhetinhos (ou e-mails) românticos!!
Escutar no som do carro, aquela fitinha velha dos Beegees ou um cd do Kenny G (parece meio breguinha)...mas é tão boooom namorar escutando estas musiquinhas tranquilas!!!
Penso que hoje, num encontro de um "Turbinado" com uma "Saradona" o papo deve ser do tipo:
-"meu"... o meu professor falou que posso disputar o Iron Man que vou ganhar fácil!."
-"Ah "meu"..o meu personal Trainner disse que estou com os glúteos bem em forma e que nunca vou precisar de plástica". E a música???
Só se for o "último sucesso (????)" dos Travessos ou "Chama-chuva..." e o "Vai serginho"???...
Mulheres do meu Brasil Varonil!!! Não deixem que criem estereótipos!!
Não comprem o cinto de modelar da Feiticeira. A mulher brasileira é linda por natureza!!
Curta seu corpo de acordo com sua idade, silicone é coisa de americana que não possui a felicidade de ter um corpo esculpido por Deus e bonito por natureza. E se os seus namorados e maridos pedirem para vocês "malharem" e ficarem iguais à Feiticeira, fiquem... igual a feiticeira dos seriados de Tv:
Façam-os sumirem da sua vida!

Arnaldo Jabor

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

ALÉM DE...


É interessante como todos os dias quem lida com a educação sofre desafios. Eu, por exemplo, tive uma surpresa esses dias que me chamou a atenção. Dando aula, como sempre, com minhas brincadeiras que têm o intuito de ensinar e deixar a aula menos chata, fui ofendido numa discussão boba da seguinte forma: “além de nego, filho da puta”.
Apesar de o “filho da puta” não ser verdade, para os desinformados minha mãe não saiu da “zona”, o que mais me ofendeu foi o “além de nego” (entretanto, a palavra certa é negro), não porque minha cor seja uma vergonha, pelo contrário, mas por achar que o adjetivo “nego” possa ser uma coisa negativa, isso demonstra o nível de preconceito velado que nossa sociedade aflora na hora em que se sente ameaçada e, a partir disso, eu fiquei pensando sobre minha vida e cheguei a algumas conclusões que queria compartilhar com todos sobre o que fui, sobre o que sou e sobre o que serei.
Além de nego, eu nasci pobre. Além de nego, eu fui (e sou) um filho de lavadeira. Além de nego, eu fui (e sou) um filho de carpinteiro. Além de nego, eu andei quilômetros para poder estudar quando eu não tinha dinheiro para pagar a passagem. Além de nego, eu fui servente de pedreiro para poder compra roupa. Além de nego, eu fui pintor para sustentar minha família quando meu pai estava doente. Além de nego, eu trabalhei de jardinagem na Unifor para pagar meu cursinho e tentar passar no vestibular. Além de nego, eu enfrentei tudo para fazer o que eu queria (ser professor). Além de nego, eu sou formado por uma universidade federal (que é o sonho de muitos). Além de nego, eu me tornei professor. Além de nego, eu fiquei gordo. Além de nego, eu passei num concurso público.
Além de nego, eu sou inteligente. Além de nego, eu tento ser uma boa pessoa para todos. Além de nego, eu respeito os outros. Além de nego, eu tento rir de todas as adversidades. Além de nego, eu tento ser responsável. Além de nego, eu tenho irmãos negros, eu tenho mãe negra, eu tenho amigos (e amigos-irmãos) negros, brancos e de todas as cores que um ser humano possa ter. Além de ser nego, eu me acho lindo. Além de ser nego, eu me acho o máximo.
Além de ser nego, eu quero me tornar a melhor pessoa possível. Além de ser nego, eu quero me apaixonar loucamente como se nada importasse. Além de ser nego, eu quero ter uma família linda (sei que isso é difícil , mas não custa tentar).
Além de ser nego, eu poderia dizer milhões de coisas sobre mim (mesmo sabendo que isso depende da forma como as pessoas olham para a pessoa que sou).
Mas uma coisa eu posso dizer apesar de qualquer coisa que pensem sobre mim:
ALÉM DE SER NEGO, EU SOU FELIZ!


Jonas Rodrigues.

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